O PROCESSO DE ADESÃO DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL PARA PACIENTES COM INFECÇÃO PELO HIV
Autor: Joice Simionato Vettorello (Currículo Lattes)
Resumo
Objetivo: Estudar o processo de adesão ao tratamento antirretroviral das pessoas vivendo com HIV atendidas em um Serviço de Atendimento Especializado de um hospital universitário de acordo com o conhecimento do vírus da imunodeficiência humana e seu tratamento. Estudos evidenciam que há relação entre adesão ao tratamento antirretroviral e ao processo de adesão que as pessoas que vivem com HIV/AIDS possuem sobre o vírus HIV e o uso da Terapia antirretroviral. Metodologia: Estudo observacional do tipo caso controle com amostragem por incidência densidade norteado pela ferramenta Strobe. Participaram do estudo 300 pessoas vivendo com HIV. Sendo 100 pessoas com carga viral do HIV acima de 50 copias/ml no sangue foram os casos e os pacientes com carga viral indetectável, abaixo de 50 cópias/ml no sangue foram os controles. A adesão a terapia antiretroviral foi avaliada, além da carga viral do HIV, considerada neste estudo como padrão ouro, por auto relato através da aplicação do Questionário Simplificado de Adesão à Medicação; e retiradas de dispensação da terapia antirretroviral. Além disso, foi aplicado um instrumento construído pelos pesquisadores que caracteriza fatores relacionados à adesão, ao conhecimento da forma de contágio do HIV, ingestão dos antirretrovirais e características da adesão. Os dados foram analisados a luz da estatística descritiva e inferencial. Quanto à ética, foram observadas todas as exigências éticas previstas para pesquisas com seres humanos conforme Resolução nº. 466/12 e nº 510/16. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande, sob parecer de número 5.944.493 e CAAE número 66937323.0.0000.5324 Resultados: Considerando a carga viral 33,3% foram considerados não aderentes; quanto avaliação auto referida 81,7% foram considerados não aderentes e quanto a dispensação de terapia antirretroviral apenas 12,3% estavam com retiradas irregulares na dispensação de antirretroviral. A não adesão a terapia medicamentosa antiretroviral estava significativamente associada ao maior tempo de tratamento da terapia antirretroviral; menor nível de escolaridade; contagem de células TCD4 abaixo de 350 células; e tomar quatro ou mais comprimidos de antirretrovirais por dia. Além disso, pessoas que vivem com HIV, que não receberam orientação sobre HIV/AIDS, que receberam e não compreenderam ou compreenderam algumas vezes e os que compreenderam metade das vezes tem uma chance 2,71, 11,7 e 4,16 vezes maior, respectivamente, de não aderência do que aqueles que compreenderam muitas vezes ou sempre (IC95%: 1,29 a 5,71; 4,23 a 32,4; 1,25 a 13,9, respectivamente). Conclusão: As pessoas que vivem com HIV que não receberam orientações sobre a medicação do HIV ou receberam e não compreenderam estão mais propensos a não adesão a medicação antirretroviral . Fica evidente o foco do processo terapêutico em evidencia a enfermeira, realizado no serviço de atendimento especializado que é a construção do conhecimento de forma conjunta e não verticalizada que promove estímulo a adesão ao tratamento e adoção de estímulos de vida saudável