Dissertação - Priscila Marques Cadaval

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE UNIVERSITÁRIOS SOBRE A SAÚDE EMOCIONAL NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19

Autor: Priscila Marques Cadaval (Currículo Lattes)

Resumo

CADAVAL, Priscila Marques. Representações Sociais de Universitários sobre a Saúde Emocional no Contexto da Pandemia da COVID-19. 2022. 88 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Escola de Enfermagem - Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande. Frente a pandemia da COVID-19 e o contexto de quarentena, os universitários passaram a enfrentar uma nova realidade. A alteração da modalidade de ensino presencial para à distância refletiu em uma mudança no cotidiano deles, especialmente no tocante a saúde emocional, tendo o potencial de gerar uma representação social sobre tal situação. Assim, este estudo teve como objetivo geral conhecer a representação social de universitários sobre a saúde emocional no contexto da pandemia da COVID-19. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória e de cunho qualitativo, com coleta de dados realizada no período de setembro de 2020 a fevereiro de 2021. Participaram da técnica de evocações livres 346 pessoas e da entrevista 42 de graduação e pós-graduação stricto sensu, de duas instituições federais do Estado do Rio Grande do Sul. Foi desenvolvido com uma abordagem metodológica múltipla, empregando dois métodos de coleta de dados, bem como dois métodos de análise, a partir de softwares específicos. A primeira etapa da coleta se referiu às evocações livres, que foram coletadas e analisadas por meio do software openEvoc 0.92. Para tanto, solicitou-se aos participantes que digitassem as cinco primeiras palavras e/ou expressões que lhes viessem à mente frente ao termo indutor "saúde emocional no contexto da pandemia". Na segunda etapa, foi enviado um questionário com perguntas abertas e fechadas, pelo google forms, para os participantes da primeira etapa que manifestaram interesse em participar da segunda. As perguntas versaram sobre o perfil do universitário, sentimentos e atividades desenvolvidas durante o isolamento social, expectativas para o retorno às atividades presenciais. Os dados dessa etapa foram tratados pelo software Iramuteq. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Como resultados, ao analisar o núcleo central verificou-se uma discreta variação entre as representações nas duas universidades, porém no início do isolamento social destacou-se representado o termo angústia. Além disso, destacaram-se: a preocupação com a doença e também futuro profissional como incerto, situações reais de apreensão em relação a vida. A representação dos universitários sobre sua saúde emocional se remete ao cotidiano enfrentado e às experiências emocionais negativas vivenciadas nesse período, em que tudo era desconhecido. No sistema periférico, mais flexível e passível de mudanças do que o núcleo central, emergiram termos que se remetem a atitudes positivas para a regulação da saúde emocional, possivelmente por já ter transcorrido um período desde o início da pandemia e terem avanços no conhecimento e controle sanitário da COVID-19. Também após análise, notou-se a presença de sentimentos de tristeza, preocupação, receio, desânimo, cansaço, medo e ansiedade, onde as falas sugerem associação com o fato dos universitários terem que lidar com o medo do desconhecido, expostos a diversas informações e especulações sobre a doença COVID-19, nos meios de comunicação. Portanto, conclui-se que o estudo atingiu seu objetivo ao identificar que a representação social dos universitários sobre a saúde emocional no contexto da pandemia da COVID-19, está estruturada enquanto núcleo central no termo angústia, ainda que apresentando discreta variação entre as instituições participantes. Não obstante, observou-se, uma fluidez dessa representação no sistema periférico, demonstrado em enfrentamentos positivos voltados a manutenção da saúde emocional, destacando-se, supostamente transcorrido o período inicial da pandemia.

TEXTO COMPLETO DA DISSERTAÇÃO

Palavras-chave: EstudantesUniversidadeCovid-19Emoções manifestasQuarentena