Dissertação - Rosi Muller

Significado do cuidado humanizado na unidade de terapia intensivapediátrica na perceção da equipe de enfermagem

Autor: Rosi Muller (Currículo Lattes)

Resumo

O presente estudo objetivou conhecer o significado do cuidado humanizado na perceção dos profissionais da equipe de enfermagem, no âmbito da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória de cunho qualitativo que foi realizada no segundo semestre de 2021 na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica de um Hospital Universitário no sul do Brasil. Os participantes foram 17 profissionais da equipe atuantes no setor. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas. Os dados foram analisados pela técnica de Análise Temática. Foram respeitados os princípios éticos da pesquisa conforme a resolução 510/16 do Conselho Nacional de Saúde. Verificou- se que a humanização é permeada pela realização de um cuidado integral, indo além da técnica. Busca proporcionar conforto físico e emocional ao paciente e ao familiar. É a assistência não mecanicista, realizada de forma automática, que envolve também o cuidado à família da criança de forma respeitosa e empática. A formação acadêmica é considerada importante para a realização de uma assistência humanizada. Os profissionais se capacitaram para a realização de uma assistência humanizada por meio da realização de um curso específico acerca do tema no local de trabalho, de cursos virtuais, por conversas entre a equipe e reuniões multidisciplinares. Citaram como facilidades para garantir uma assistência humanizada o reduzido número de pacientes do setor, ter uma boa carga horária, o fato de cada profissional ficar com apenas uma criança, o trabalho em equipe multidisciplinar, a troca de experiências entre os membros da equipe, a boa remuneração e a boa comunicação com a liderança, a colaboração e o comprometimento da equipe e a política hospitalar voltada para a humanização. No entanto, citaram como dificuldades a falta de empatia e motivação, o pouco tempo e a falta de profissionais, a sobrecarga de trabalho, o convívio com o país das crianças internadas, a criação de um vínculo de confiança com a criança devido a sua gravidade, a falta de espaço e conforto para os pais na unidade, a prestação de um cuidado mais técnico e de uma assistência mecanicista e as dificuldades individuais de cada pessoa em trabalhar com crianças em estado crítico. Como estratégias destacaram a inclusão da família no cuidado à criança; a realização de reuniões entre a equipe multidisciplinar e os pais; a criação de uma relação de confiança coma criança; o uso de atividades lúdicas; a flexibilização de horários e o agrupamento de procedimentos; a conversa com a criança e a realização de mudanças de decúbito para evitar lesões por pressão. Concluiu-se que a humanização da assistência faz parte da preocupação dos profissionais atuantes na unidade. Verificou-se que os membros da equipe de enfermagem consideram a prática humanizada na unidade importante, enfrentando desafios para cuidar a criança em estado crítico e sua família. Acredita-se que o conhecimento produzido neste estudo possibilitará a discussão acerca da temática entre os membros da equipe de enfermagem e o levantamento das estratégias utilizadas para garantir a humanização no setor.

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Palavras-chave: Humanização da assistênciaUnidades de terapia intensiva pediátricaCuidados de enfermagemRelação profissional pacienteCriança hospitalizada