Tese - Tatiele Roehrs Gelati

Análise dos estereótipos de gênero no serviço de saúde hospitalar a partir da teoria ecofeminista

Autor: Tatiele Roehrs Gelati (Currículo Lattes)

Resumo

As relações de gênero no decorrer dos anos vêm passando por uma reestruturação, de modo a desconstruir estereótipos baseados em determinismos biológicos e culturais, fortalecendo a inserção da mulher em cargos de gestão. O ecofeminismo propõe a luta contra a subordinação das mulheres e a dominação da natureza, construindo uma sociedade igualitária nas relações de gêneros. O objetivo geral foi analisar os estereótipos de gênero entre profissionais do serviço de saúde hospitalar em cargos de gestão, a partir da teoria ecofeminista. Os objetivos específicos foram: analisar a influência dos estereótipos de gênero entre os gestores do serviço de saúde hospitalar; identificar a capacidade para o trabalho dos gêneros feminino e masculino de gestores do serviço de saúde hospitalar e analisar a percepção dos gestores sobre a influência da mulher sobre a relação socioambiental (natureza) e de trabalho. Pesquisa exploratória, descritiva, transversal com desenho de método misto, realizada com 40 gestores do serviço de saúde hospitalar do sul do Brasil, no período de janeiro a março de 2020. Utilizou-se entrevista semiestruturada, aplicação do Índice de Capacidade para o Trabalho e Inventário de Papéis Sexuais de Bem. Os dados quantitativos foram organizados no software Statistical Package for the Social Sciences, versão 21.0, e, em seguida, passaram por análise estatística descritiva e do teste t de Student ou análise de variância complementada por Tukey, além dos testes de Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis e dos testes qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher para controle de fatores confundidores. Para análise dos dados qualitativos, utilizou-se a Análise Textual Discursiva. Os aspectos éticos da pesquisa foram respeitados, conforme as recomendações das resoluções 466/2012 e 510/2016. Dos 40 (100%) participantes, 22 (55%) identificaram-se como mulheres e 18 (45%) como homens. A idade média foi de 42,7 anos (desvio-padrão ±9,2), com mínimo de 28 anos e máximo de 62 anos. Quanto à religiosidade, 28 (70%) responderam que seguiam alguma doutrina ou religião, sendo as mulheres mais predominantes (18; 64,2%). Quanto à escolaridade, 13 (59,1%) mulheres e nove (50%) homens possuíam escolaridade mínima de pós-graduação. Conforme as áreas de apoio, a superintendência era composta de oito cargos de gestão (11,2%), a gerência administrativa respondeu por 21 (29,5%) cargos de gestão, a gerência de atenção à saúde compreendeu 37 (52,1%) cargos de gestão, e a gerência de ensino e pesquisa era composta de cinco (7%) cargos de gestão da instituição. As relações de gênero são permeadas pelos estereótipos de gênero, os quais perfazem as relações de trabalho. Confirma-se a tese de que a teoria do ecofeminismo estabelece relações saudáveis nos ambientes de trabalho, a partir do reconhecimento da capacidade para o trabalho dos diferentes gêneros na gestão do serviço público de saúde. O estudo fornece subsídios contributivos para discussão acerca das relações socioambientais e de trabalho, buscando lutar pela libertação dos padrões patriarcais e pela diminuição das desigualdades sociais, políticas e econômicas, bem como pelo maior fortalecimento das políticas públicas para as mulheres.

TEXTO PARCIAL

Palavras-chave: FeminismoEcofeminismoSaúde do trabalhadorIdentidade de gêneroLiderança