Dissertação - Elisangela da Cruz Baz

Nascer e permanecer no hospital : o conhecimento dos pais acerca da sífilis congênita

Autor: Elisangela da Cruz Baz (Currículo Lattes)

Resumo

A Sífilis Congênita é considerada uma das mais graves infecções verticalmente transmissíveis, devido às sequelas irreversíveis que pode causar no sistema neurológico do neonato. É possível perceber, devido à alta incidência dessa patologia no século XXI, que a população ainda não se apropriou do conhecimento acerca das formas de prevenção e tratamento da Sífilis Congênita e de suas consequências. Considerando que a ocorrência em si, da transmissão vertical da sífilis durante a gestação aponta a existência de uma lacuna no sistema de atenção a saúde pré-natal, esse estudo objetivou avaliar o conhecimento dos pais de recém-nascido internado com Sífilis Congênita acerca da doença. Realizou-se um estudo exploratório, descritivo com abordagem qualitativa, no primeiro semestre de 2018. Os dados foram coletados, nas dependências da Unidade de Pediatria de um Hospital Universitário do Sul do Estado, por meio de entrevistas semiestruturadas, gravadas e transcritas, sendo os participantes 12 familiares responsáveis pelos cuidados do recém-nascido com Sífilis Congênita. Após a coleta, os dados foram submetidos à análise temática, formando quatro categorias: conhecimento dos pais de recém-nascido internados com Sífilis Congênita acerca das causas da doença; conhecimento dos pais acerca das consequências da Sífilis Congênita; conhecimento dos pais acerca do tratamento e dos cuidados com o recém-nascido com Sífilis Congênita no hospital e os sentimentos dos pais acerca da necessidade de internação do recém-nascido com Sífilis Congênita. Foi possível evidenciar que a maioria dos participantes não realizou o tratamento medicamentoso da sífilis ou realizou de forma inadequada durante o período gestacional, negligenciando as repercussões dessa doença ao recém-nascido devido a sua característica assintomática. Em decorrência disso, as famílias passaram por um processo de difícil aceitação frente ao diagnóstico de Sífilis Congênita e a necessidade de permanência na unidade hospitalar, uma vez que desconhecem as causas, as consequências e o tratamento dessa doença, demostrando sentimentos que variam desde a culpa até a aceitação de ter transmitido ao filho, uma doença totalmente prevenível. Acredita-se que este estudo possibilitou identificar o conhecimento dos pais de recém-nascidos com Sífilis Congênita acerca da doença, subsidiando as intervenções de enfermagem na tentativa de evitar contaminações futuras. Essa pesquisa respeitou os aspectos éticos contidos na resolução 466/12, sendo aprovada pelo comitê de ética local, sob o parecer n° 146/2018.

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Palavras-chave: Recém-nascidoCriança hospitalizadaFamíliaSífilis congênitaEnfermagem