Dissertação - Cristiano Pinto dos Santos

O processo de (re)construção da identidade da pessoa estomizada à luz do modelo de adaptação de Roy

Autor: Cristiano Pinto dos Santos (Currículo Lattes)

Resumo

As pessoas que realizam cirurgia para a construção de uma estomia, experenciam alterações multidimensionais trazendo reflexos na manutenção de sua identidade. Estas pessoas são envolvidas por complexas mudanças que emergem sob a sua dimensão física, psíquica, espiritual, social e familiar, fazendo assim, que sua identidade siga um itinerário de desconstrução e (re)construção. Para que ocorra uma reestruturação e consolidação da nova identidade é preciso que o enfermeiro otimize primeiramente, a adaptação da pessoa estomizada à presença da bolsa coletora e a nova condição de ser/estar estomizada. Este estudo teve por objetivo compreender o Processo de (re)construção da Identidade da Pessoa Estomizada à Luz do Modelo de Adaptação de Roy. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, descritiva, apoiada no Modelo de Adaptação de Roy. Foi realizada no Serviço de Estomaterapia do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. na Cidade do Rio Grande, no Estado do Rio Grande do Sul. Os participantes do estudo foram dez pessoas cadastradas no referido serviço. A coleta de dados ocorreu nos meses de junho e julho de 2011 por meio da técnica de entrevista semi-estruturada. A análise dos dados foi norteada pelos preceitos da análise textual. A pesquisa ocorreu após a autorização do Comitê de Ética em Pesquisa na Área da Saúde sob o parecer n° 77/2011 e foram seguidos todos os preceitos éticos que regem as pesquisas com os seres humanos. A partir da análise dos dados obtiveram-se cinco categorias: A adaptação do corpo fisiológico à nova condição; Autoconceito: percepções abarcadas pelo eu físico e o eu pessoal; O processo adaptativo ao novo papel social; Adequação afetiva: comportamentos relacionados com pessoas significativas e sistemas de apoio; Identidade e adaptação: nexos e reflexos para o viver da pessoa estomizada. O processo de (re)construção da identidade da pessoa estomizada tem uma relação de proporcionalidade com o potencial de adaptação. Quanto mais adaptada, mais desfragmentada e concreta sua identidade se apresenta. Neste sentido, a atuação da enfermagem não deve ser direcionada somente por um modelo de assistência à saúde que tenha o corpo como seu foco. È preciso uma visão integral da pessoa que recebe seus cuidados, auxiliando-a a mobilizar seus recursos próprios, desenvolvendo estratégias que lhe possibilite um adequado enfrentamento e posterior adaptação à nova condição. Com os resultados deste estudo poderá emergir um novo entendimento para a enfermagem, saúde e sociedade acerca do potencial de adaptabilidade e (re)construção da identidade da pessoa estomizada de acordo com o contexto sócio-histórico-cultural no qual está inserida.

TEXTO COMPLETO DA DISSERTAÇÃO

Palavras-chave: EnfermagemDiagnósticoEstomiaAdaptaçãoIdentidade