Dissertação - Eveline do Amor Divino

Atendimento pré-hospitalar móvel na cidade do Rio Grande: socorro às vítimas de trauma

Autor: Eveline do Amor Divino (Currículo Lattes)

Resumo

A questão norteadora deste estudo emergiu da prática assistencial em Pronto-Socorro. Ao abordar o tema Atendimento Pré-Hospitalar móvel (APH móvel) no socorro às vítimas de trauma buscou-se responder a questão pesquisa: Como atuam os profissionais componentes da equipe de APH móvel, da área da saúde, no socorro às vítimas de trauma na cidade do Rio Grande? Para responder esta indagação objetivou-se conhecer a atuação dos profissionais componentes da equipe de APH móvel, da área da saúde, no socorro às vítimas de trauma na cidade do Rio Grande. Justifica-se este objetivo a partir dos seguintes pressupostos: pouca relevância de algumas instituições/serviços que prestam o APH quanto ao cumprimento das exigências presentes na legislação que o regulamenta, atentando, inclusive, à qualificação e recertificação desses profissionais de maneira contínua e permanente; escassez de materiais e equipamentos disponíveis nos veículos de resgate e transporte dificultando o atendimento eficaz; desinformação ou despreparo da população que, muitas vezes, aciona, desnecessariamente, vários serviços ao mesmo tempo. Assim, a coleta de dados foi realizada através de entrevista semi-estruturada com os profissionais que atuam no APH móvel de três instituições/serviços, sendo complementada pela observação sistemática de uma equipe em cada local. A partir dos dados coletados foram realizadas análise e interpretação qualitativas, das quais resultaram os seguintes achados: duas, das três instituições/serviços pesquisadas apresentam escassez de materiais e equipamentos em quantidade, diversidade e especificidade para prestar o APH móvel. Em relação à capacitação prévia e educação permanente, das três instituições/serviços pesquisados, somente uma disponibiliza um programa de qualificação profissional e incentiva os trabalhadores a participarem do programa. Os dados demonstraram que a insegurança, a insatisfação e o estresse são fatores diretamente relacionados à não disponibilização de um programa de educação permanente para que possam atualizar seus conhecimentos, associando-se, ainda, aos componentes do ambiente que cercam este profissional, como: o tipo de trabalho, o cenário diversificado, a escassez de recursos humanos e materiais para o atendimento gerando uma sobrecarga de trabalho. Com base nos achados, é possível concluir que o APH móvel da Cidade do Rio Grande, ainda que empregando esforços, apresenta-se deficitário em diversos aspectos. Enfatiza-se, especialmente, a insuficiência de recursos humanos e materiais, o pouco e insuficiente preparo das equipes profissionais e de apoio, a falta do apoio psicológico aos trabalhadores do APH móvel. Soma-se a todos esses aspectos a desinformação da população no que concerne o APH móvel e a falta de articulação entre as instituições/serviços que prestam o atendimento nesta área. Portanto, é urgente a necessidade de rever os serviços de socorro às vítimas do trauma do município e adequá-los a legislação que regulamenta o APH móvel – Portaria nº 2.048, para que o atendimento seja reformulado otimizando o socorro, instituindo, principalmente a Central Reguladora do APH móvel, bem como a criação dos Núcleos de Educação em Urgência (NEU).

TEXTO COMPLETO

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