Dissertação - Karen Knopp de Carvalho

A obstinação terapêutica como uma questão ética

Autor: Karen Knopp de Carvalho (Currículo Lattes)

Resumo

Questões envolvendo a obstinação terapêutica estão presentes no cotidiano das Unidades de Terapia Intensiva (UTIS), onde diferentes decisões são tomadas, com relação ao destino do tratamento de pacientes em processo de morrer e de morte. Esta temática ainda é pouco discutida entre os profissionais da saúde que atuam nas UTIs, especialmente pelas profissionais de enfermagem, que são responsáveis pela implementação das terapêuticas prescritas pelos médicos, com as quais, muitas vezes, podem discordar. Assim, este estudo tem como objetivos: - Conhecer se as enfermeiras reconhecem a prescrição de tratamentos fúteis no ambiente em que atuam; - Conhecer os sentimentos das enfermeiras envolvidos na implementação de tratamentos que consideram fúteis; - Conhecer as estratégias construídas pelas enfermeiras no enfrentamento dessas situações. Foram realizadas 6 entrevistas semi-estruturadas com enfermeiras que atuam em UTIS. A partir da análise do conteúdo dos dados, quatro categorias foram construídas: - Obstinação terapêutica: o que é isto? as enfermeiras, que atuam nas UTIS, desconhecem o termo obstinação terapêutica, mas a reconhecem como muito presente em suas práticas; - A obstinação terapêutica como o prolongamento do sofrimento: as profissionais consideram que a obstinação terapêutica prolonga o sofrimento do paciente e de seus familiares e, também, o seu sofrimento e o da equipe de enfermagem; - A obstinação terapêutica como a priorização da cura: as enfermeiras identificam em suas práticas cotidianas tratamentos obstinados; entretanto, acreditam ser necessário investir na cura do paciente, ressaltando a sua inquestionabilidade; Enfrentamento da obstinação terapêutica: cuidado humanizado? são apresentadas algumas estratégias no enfrentamento desta temática, considerando a participação do paciente como imprescindível no processo de tomada de decisões. O trabalho demonstra a necessidade e a importância de avaliar as medidas terapêuticas que necessitam ser utilizadas no tratamento de pacientes em processo de morrer e de morte, de modo que possam viver a fase final de sua vida com qualidade, considerando que quando a cura não é mais possível, é necessário cuidar, preocupando-se com a pessoa doente e respeitando sua integridade, lembrando que o cuidado é a base do exercício profissional da enfermagem.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: PacientesTerapêuticaMorteÉticaEnfermagemTerapiaDoentes